Estamos num momento extremamente desafiador na humanidade.
Visões extremamente polarizadas, em que as pessoas passam grande parte do tempo alimentando o pensamento (mesmo que inconscientemente) de que “eu tenho razão e você está errado”.
Uns julgando os outros, colocando as pessoas dentro de rótulos… e seguimos nos subdividindo em grupos que acreditam que as ideias de um grupo precisam se sobrepor às dos outros.
Deixamos de enxergar as diversas possibilidades e, de repente, qualquer um com uma determinada ideia é automaticamente colocado dentro de um grupo que tem ideias similares.
E as pessoas seguem alimentando ódio e raiva, querendo prejudicar aqueles que pensam diferente, por medo de que eles as prejudiquem.
Nos separamos cada vez mais… Nos odiamos cada vez mais…
Por baixo dessa hostilidade perene está, de forma predominante, o medo. Seguimos abrindo mão da nossa soberania por medo.
Medo de morrer.
Medo de passar fome.
Querendo garantir nossa sobrevivência por medo de que ela esteja sendo ameaçada.
A maior parte da humanidade segue inconsciente, se tornando manipulável por aqueles que têm interesse em que permaneçamos cegos, sem questionar as coisas, simplesmente nos submetendo e aceitando muitas coisas que nos fazem mal… E, pior ainda, muitas vezes acreditando que nos fazem bem…
Mais do que nunca, precisamos encarar os nossos medos… Precisamos perceber que o medo nos move ao ódio e à separação…
Precisamos nos unir para conquistar nossa soberania, nossos direitos… Ao nos dividirmos, enfraquecemos e perdemos tempo com distrações, deixando de olhar para o que realmente importa e acaba ficando nos bastidores, longe da consciência das pessoas.
Nossa soberania está ameaçada… E eu não vejo outra saída que não a união. E a união só é possível quando enxergo o outro como alguém igual a mim. Quando percebo que o outro está com tanto medo quanto eu e que, logo, o que todo mundo precisa é de acolhimento e amor…
Através do diálogo compassivo e empático, do coração, tudo poderia ser resolvido. Tantas possibilidades poderiam se abrir…
Um caminho? Acordarmos para a necessidade de reconhecermos e curarmos nossas dores, reconhecendo as dores dos outros também… Nos conectarmos ao nosso coração e expandirmos a nossa consciência, aprimorando a nossa comunicação…
Uma das ferramentas que gosto bastante neste caminho de aprimoramento contínuo é a comunicação não-violenta, do Dr. Marshall B. Rosenberg. O seu livro é inspirador e nos acende uma fagulha de esperança no coração em relação à humanidade, quando tudo parece perdido e parece piorar.
Me lembro nesses momentos de desesperança, que quando as coisas parecem piorar, estamos prestes a dar um salto de consciência e a alçar voos mais longínquos, e permaneço confiante na espiritualidade e na firmeza do meu coração.