A vida pode ter muitos momentos incríveis, mas também tem seus momentos desafiadores. Todos nós passamos por esses momentos que nos faz pensar em desistir de tudo e escolher algo mais fácil ou confortável, não é verdade?
E quando escolhemos seguir o caminho do nosso coração, seguir os nossos sonhos que fazem pulsar vida pelo nosso ser, nós amplificamos os momentos incríveis, mas os desafios também.
Os nossos sonhos são o nosso gás motivador e eles existem justamente para direcionar o caminho de lapidação do nosso ser. Tenho a percepção de que quanto maior é o sonho, maiores são os desafios, e você?
Por volta dos meus 30 anos de idade eu comecei esse processo de lapidação, num momento onde eu nem percebia que eu não sabia mais quem eu era. Eu simplesmente me sentia perdida. A ruptura comigo mesma começou bem cedo na infância e eu fui me perdendo da minha essência.
Naquele momento com 30 anos de idade eu estava praticamente vivendo uma crise existencial e beirando uma crise de ansiedade quando decidi mergulhar no mundo do autoconhecimento sem nem saber direito o que eu estava fazendo. Apenas segui uma possibilidade que foi colocada no meu caminho que poderia me ajudar naquele momento. Ali eu comecei a sair da vida automática e inconsciente que eu levava e a me reconectar comigo.
E não demorou para os meus sonhos começarem a se revelar a partir daquela reconexão interna. A primeira coisa que ficou clara é que eu queria muito levar esse mundo do autoconhecimento para as pessoas. Eu queria muito conscientizá-las da importância daquilo. O quanto a saída para os nossos sofrimentos e angústias estava ali e ninguém estava nos contando sobre isso. Era como um segredo universal escondido que eu acabara de descobrir e precisava espalhar essa mensagem ao maior número de pessoas que eu pudesse.
Se passaram 6 anos de lá para cá que eu iniciei esse mergulho para dentro de mim e permanecei nesse caminho de me desvendar e revelar a minha potência, e eu posso dizer que tem sido uma jornada extremamente gratificante e desafiadora ao mesmo tempo.
Essa jornada tem me exigido encarar todas as minhas barreiras internas, todas as minhas resistências, todos os meus traumas, todos os meus medos, revoltas e inseguranças… Tem me exigido questionar e rever tudo o que eu pensava que era real, despedaçando ilusões e me levando a uma conexão cada vez mais profunda comigo, com a vida e com o universo.
Tem dias que eu me ilumino de entusiasmo e alegria com as possibilidades que se abrem. Tem dias eu quebro ao meio, choro, grito, me desespero e penso que não vou aguentar. Que era melhor voltar a uma vida medíocre, que seria mais fácil. Nesses dias eu sempre volto àquele momento do início da minha jornada, 6 anos atrás, e me lembro do quanto eu me sentia infeliz e vazia, e nunca me sentia pertencente a nada. Estava sempre em busca de algo externo que fosse finalmente me preencher, e nada era suficiente. Eu me lembro do quanto eu não quero mais aquilo para mim e que, por mais desafiador que esteja o que eu estou passando para crescer, que tudo vale muito a pena.
Nessas horas eu me lembro do icônico discurso do filme Rocky Balboa, quando Rocky fala o seguinte para o seu filho:
“O mundo não é feito apenas de sol e arco-íris. É um lugar mau e desagradável, e não importa o quão durão você seja, ele vai te bater até que esteja de joelhos e vai te manter assim permanentemente se você permitir. Nem você, eu ou ninguém vai bater tão forte quanto a vida. Mas a questão não é o quão forte você bate, mas sim o quanto você aguenta apanhar e continuar seguindo em frente. O quanto você resiste e continua seguindo adiante. É assim que se vence uma luta!”
Essa fala do filme é como um raio do sol no meio da escuridão. E pra que estou te contando tudo isso? Porque tenho certeza que você também enfrenta esses momentos no seu dia a dia e pode sentir a solidão inerente a esses processos de mergulho nas nossas profundezas, onde somos jogados cara a cara com as nossas sombras e só nos resta encará-las. E porque talvez você esteja vivendo isso exatamente agora enquanto lê esse texto. Porque talvez apenas hoje você precise sentir um acolhimento pelo seu processo diante de alguém que te diz:
E porque hoje eu também estou dizendo isso tudo para mim mesma também. Nesses dias eu mesma exerço o papel de Rocky Balboa na minha vida e me lembro de levantar depois de tomar porrada e continuar no caminho dos meus sonhos, acreditando em mim mesma.