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O que precisamos fazer para ter boa saúde mental?

Percebo que é comum nos contentarmos com pouco. Às vezes por falta de referências positivas ao nosso redor. Acho que isso explica um pouco do motivo de frequentemente só buscarmos melhoria quando estamos nos sentindo mal ou “precisando”. Nós mesmos acabamos gerando estagnação pela falta de movimento, e isso vale para qualquer área da nossa vida.

A menos que estejamos nos sentindo mal, costumamos ter uma certa tendência a não fazer nada e gerar estagnação.

Se o assunto de saúde mental já fosse tratado por todos de forma comum, conversado naturalmente entre as pessoas, e estimulado em todas as esferas coletivas das quais fazemos parte, provavelmente não evitaríamos tanto esse assunto a ponto de precisar chegar num extremo para fazermos algo a respeito. Vide o crescimento expressivo dos casos de burnoute afastamento do trabalho por este motivo. Muitas vezes as pessoas fingem estar bem, mentindo para elas mesmas e/ou para os outros, geralmente por vergonha medo.

Não veríamos tantos casos de pessoas adoecendo se ainda não houvesse tanto estigma ao redor desse assunto. Os estigmas e as crenças que ainda existem sobre saúde mental levam a um afastamento de muitas pessoas em querer olhar e conversar a respeito. Por exemplo, ainda tem gente que acredita que falar de saúde mental é sinônimo de falar de insanidade. Outros ainda acham que é frescura e coisa de gente fraca. Uns culpam os pais de não terem sido rígidos o suficiente e terem estragado os filhos. Outros acham que a culpa é dos pais por terem sido rígidos demais.

Independentemente da(s) causa(s) de qualquer nível de distúrbio ou desequilíbrio com a nossa saúde mental, ou com a de qualquer outra pessoa, é importante frisar que:

  • geralmente é consequência de questões internas que carregamos do nosso passado e não foram devidamente tratadas;
  • se agrava a partir da negligência com o autocuidado;
  • requer ajuda para nos estabilizarmos;
  • não existem soluções rápidas e permanentes;
  • leva tempo e requer comprometimento.

Também acho importante desmistificar que ter saúde mental nada tem a ver com ausência de oscilações emocionais. Vejo muitas pessoas com essa ideia de que estar com saúde mental é se sentir bem o tempo inteiro. Estar sempre no pico do entusiasmo e nunca mais sentir emoções como medo, raiva, tristeza, culpa, vergonha, etc.

As oscilações emocionais continuam fazendo parte da nossa jornada enquanto evoluímos. Nós é que vamos nos fortalecendo e aprendendo a lidar melhor com elas. Vamos adquirindo ferramentas para nos mantermos mais conectados com nosso eixo e aprender a voltar para ele quando saímos de forma mais eficiente.

Não somos robôs. É importante aceitarmos a nossa humanidade e acolhermos todas as emoções e desafios dessa experiência humana. Assim nos abrimos para aprender a lidar com ela ao invés de querer fugir dela.

Deixo a seguinte reflexão para cada um: já pensou como seria se os cuidados com a saúde mental e emocional fizessem parte da sua rotina diária de autocuidado, tanto quanto escovar os dentes, tomar banho e se exercitar?

Saúde mental vai muito além de ausência de doenças ou qualquer mal-estar, ela é consequência de nutrição e cuidados diários.

E finalizo este artigo com o seguinte convite: que tal definir uma ação que você pode incluir a partir de hoje na sua rotina para começar a cuidar da sua saúde mental e emocional diariamente?

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